Comunidade Feirense de Poker

Comunidade Feirense de Poker

quarta-feira, 26 de maio de 2010

E como tudo começou ou crônica de uma descoberta

Por Ludimila de Oliveira Barros


Quando meu irmão começou a se interessar por Poker, nunca pensei que se tratava de um jogo tão interessante. Até por que a minha relação com jogos não é lá uma coisa muito positiva: odeio vídeo-game (até por que não sei manuseá-los!), não sei jogar dominó (que pra mim não passa de colar uma pedrinha cheia de pontinhos pretos iguais umas nas outras), não consigo jogar truco, não sei jogar pife e arranho, muito mal, no “buraco”, conhecido também como “jogo de canastra”. De repente, meu irmão vem com esse negócio de jogar Poker... e o comentário que fiz comigo mesmo: “onde esse menino vai arranjar grana pra jogar esse jogo de rico?” Sim, eu já estava até preocupada com algumas situações que poderia ocorrer mediante o vício que meu mano estava se apegando: apostar a casa, vender as roupas, tomar empréstimos em “instituições pessoais” não reconhecidas pelo estado (vulgo agiotas!), vender a mãe e o pior... Vender a irmã! Brincadeiras à parte, fiquei curiosa em saber como a dinâmica desse jogo funcionava. Digo “dinâmica do jogo” no sentido literal da palavra, pois de uma hora pra outra, o cotidiano do nosso lar, juntamente com os amigos que freqüentam nossa residência, começou a ser tomado por conversas e nomenclaturas que envolvia um vocabulário peculiar: blinds, small, Royal Straight Flush, Straight Flus, Full House... e o melhor de todos “ALL IN”! Era “all in” pra lá, era “all in” pra cá, era “all in” de manhã, de tarde e de noite. All In já havia se tornado até sinônimo de saudação cordial: “All in, tudo bem?” E o poker começou a fazer parte de nossas vidas! Com a idéia extraordinária de um sujeito que não tem nada melhor pra fazer da vida do que estudar as ciências sociais e viver dos subsídios “PAItrocínio” e “Obed Card – o único aceito no Lambreta”, a CFP (Comunidade Feirense de Poker) nasceu! Ainda lembro como se fosse hoje a primeira rodada do torneio: poucas pessoas, somente uma caixa/lata de fichas e gente jogando com uma cópia impressa daquilo que seria uma “síntese das principais jogadas de Poker” – retirado de um site qualquer de jogadores amadores da internet. Mas não precisava ser profissional, a idéia da Comunidade não é (necessariamente) essa! Se formos buscar o sentido sociológico, histórico, antropológico de Comunidade veremos que... que... que... que o quê? O fato é que, em torno do prazer de jogar Poker, criou-se um sentimento de solidariedade e coletividade impressionantes. Laços de amizades se fortaleceram, relações de afetividade se formaram e atitudes despretensiosas reafirmadas a cada rodada do torneio. Torneio que ganhou regras específicas dentro de uma modalidade reconhecida; que fez a CFP criar mecanismos e estruturas bem organizadas, tais como camisas para os competidores, confecção de mesas similares às profissionais, o famoso “Raid das Namoradas” – uma rifa para arrecadação de recursos para a compra de novas latas de fichas e outros materiais utilizados pela Comunidade -  e a criação de um blog e um MSN para dar suporte e facilitar a comunicação entre os participantes. Muitas discussões e decisões passam pelas páginas virtuais do Blog e do site de relacionamento Orkut. A última inovação que tornou a 7ª etapa ainda mais interessante foi a utilização de um programa de computador, ligado através de cabo USB numa TV 32’, para a divulgação do tempo de mudança dos blinds e outras minúcias desconhecidas por mim. Todos, ao mesmo tempo, podiam acompanhar o time e as mudanças dos valores sem atrasos no decorrer do jogo. Muito legal! E pelo menos uma vez por mês é assim: Luciano e Uilson providenciam as gambiarras, Matheus faz de tudo um pouco e ainda providencia a arrumação das mesas, Leandro se responsabiliza por parte da papelada de inscrições, minha mãe fica confabulando o uso do banheiro, mas mesmo assim se preocupa em fazer cafezinho, servir uns biscoitinhos e disponibilizar água para a turma. E a galera vai chegando... ajudam nos últimos retoques, os novatos reconhecem o ambiente e aos poucos vão ficando à vontade. Quanto a mim, fico observando como tudo começou, a vibração de cada jogada bem articulada, fotografando os momentos mais inesperados e os ângulos mais inusitados e, acima de tudo descobrindo e redescobrindo o prazer de dividir alegrias que não tem preço ao lado de pessoas que com o tempo aprendemos a gostar...
Taí, acho que encontrei o meu jogo! Basta agora eu aprender jogá-lo...



Nota: Ludimila Barros irmã de Matheus Barros (Presidente CFP), colaboradora, fotogrofa oficial entre outras coisas que só o tempo irá revelar. Obrigado Mila pelo seu texto, suas atitutes reproduzem mais uma vez o esperito da Comunidade Feirense de Pôquer.

7 comentários:

  1. Parabéns pela crônica Ludimila!
    O pôquer se tornou para mim não apenas um jogo mas sim um momento de descontração e boas risadas, num ambiente cordial e que nos proporciona novas amizades.
    Acho que suas palavras resumem bem o sentimento de cada um dos participantes dessa comunidade.
    Vida longa a CFP, rsrs!
    abraço a todos!!!

    Diego Cerqueira

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  2. Pois é Diego, é exatamente assim que sinto! O pôquer é um momento de descontração e boas, boas, mas boas mesmo, risadas!!! Hahahahaha...
    Um brinde a nós que fazemos parte de tudo isso!
    Vida longa a CFP! Tin-tin!

    Ludimila Barros

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  3. Aew galera de Feira... e principalmente a Ludmila.. Ádorei Fantástica a crônica!!!
    Me lembrou quando tentei iniciar o Poker aki em Alagoinhas.... Morava em Salvador e lá tava tudo lindo.. tem varias casa de jogos... mas me mudei a uns anos pra Alagoinhas. e aki.. num tinha nada... infelizmente aki não vingou... não foi pra frente.. e atualmente só existem dois jogadores daki .. eu e um colega... geralmente vou a Salvador para jogar.. apesar de já ter recebido o convite a participar do Poker ai em Feira... infelizmene não pude ir pois geralmente bate com o Baiano lá de SSA.... mas logo q possível estarei prestigiando é claro!! voltando a crônica.. adorei... principalmnente quando vc fala de q ele poderia apostar a familia.. rsrrssr... e vc logo coseguiu ter uma recíproca diferene sobre isso.. q atualmente é o medo de muitas pessoas que desconhecem o sistema Torneio Holdem!!!

    Então Tin Tin é claro a CFP.. todos estão de Parabéns!!!

    E fica tbm o convite para aqueles que quiserem jogar em SSA comigo.. geralmente vou pra lá... e se quiserem reunir um grupo de mais quatro pessoas.. estarei feliz em descer com uma caravana pra SSA... e a gente disputar um outro torneio.. até mesmo pra que a galera conheça um ambiente novo.... só posso garantir uma coisa.. que todos que me acompanharam nessas mini caravanas.. levaram prêmios... rsrs... acho q sou um chaveirinho.. rsrs

    Abraços a Todos e GL nas Mesas!!!

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  4. Olá Allan! Que bom que gostou do texto. Então... é exatamente esse clima que marca a construção e o desenvolvimento da CFP aqui em Fsa. Mais uma vez, sinta-se convidado para conhecer nossa comunidade de perto e participar desses momentos de descontração impagáveis conosco.

    Um grande abraço.

    Ludimila

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  5. Convite computado, a CFP ( seus membros) precisar tomar novos ares!! valeu pelo recado!! abraços

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  6. Ludimila, adorei o texto, uma abordagem poetica bem humorada, cronica com muito sentimento e supresa, por minutos me fez pensar o poker como se deve pensar, escreveu como se deve escrever, acredito que a comunidade feirense de poker é uma grande familia, respeito, camaradagem, amizade, um ambiente privilegiado, saudavel. Prazer ser um integrante desta familia poker que me recebeu como um filho, apreenderemos e cresceremos juntos a cada etapa. Abraços a todos os membros e colabradores!!!
    Victor Moraes

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